Profissão Escritor - Aretha V. Guedes


Meu nome é Aretha V. Guedes, sou bióloga, cirurgiã-dentista e escritora. Sou casada com um psicólogo que está prestes a entrar no mundo da literatura e juntos temos um lindo filho. Como cientista que fui, sempre que começo um projeto avaliando as variáveis, observando o ambiente e analisando os resultados meus e de outros para decidir que caminhos seguir. Isso não foi diferente no meio literário.
E devo dizer que vi muito autor quebrar a cara na necessidade desenfreada por uma editora. Por dois anos eu fui independente e atualmente tenho livros em duas editoras. O que vou falar aqui, não se refere a nenhuma delas. Mas à experiência que vi amigos, conhecidos e até desconhecidos (através de postagens em redes sociais) passarem. Se você é autor ou pretende ser, sinto muito em lhe informar que editora nenhuma vai fazer a sua carreira ser bem sucedida.
Esta é a verdade não dita.
Há um mito geral, e por muito tempo eu acreditei neste mito, de que a editora alavancaria a carreira de qualquer pessoa. Não é assim, infelizmente. Nada é tão fácil!
Os leitores não vão cair em seu colo por estar em editora A, B ou C. É você, autor, que tem o controle de sua carreira.
É você que deve ser divulgar, cuidar de suas redes sociais e da sua imagem, participar de eventos, conversar com os leitores, buscar parceria e tudo mais. SEJA PRÓ-ATIVO! A editora tem dezenas, centenas de outros livros para cuidar. Ela não tem condições de mimar cada autor. Faça sua parte! Escrever um bom livro não basta. Você tem que encontrar o seu público e fazer o seu livro ser visto. Existe fórmula mágica para o sucesso? Não! O que funciona para um, pode não funcionar para outro. O que vejo muito é uma desmotivação geral, porque uma tentativa X de marketing não deu certo, desiste ou reclama que autor famoso Y é lido porque faz parte de panelinha ou porque escreve determinado tipo de livro. 
Vamos parar com essa desunião!
Se determinado marketing não deu certo com você, tente outra e mais outra. Não pare! Continue a tentar até encontrar aquilo que funciona para ti. Eu não consegui 62 mil seguidores no Wattpad do dia para a noite, ralei muito para conquistar esse número expressivo e continuo a ralar. Com ou sem lançamento, estou sempre promovendo uma promoção, uma entrevista, live, evento. Mesmo nas férias não tiro folga, aproveito as viagens com a família para encontrar as leitoras. Mesmo aqui, primeira semana do ano, estou aqui escrevendo esse texto para vocês.
Então, antes de falar das editoras, quero deixar isso marcado em suas mentes: a partir do momento que você decide comercializar o seu livro, escrever não é mais um sonho e o livro não é seu bebê. E se você ainda deseja chamar a sua obra de filho ou bebê, lembre-se de não ser um pai ou uma mãe coruja. Tenha uma visão crítica e lapide sua história para que ela possa brilhar. Cuide de sua imagem, pois você faz parte desse produto que está comercializando e aprenda a fazer marketing.
Quando a ser independente ou ter editora, recomendo os dois. Depende da capacidade de cada um.
Se você é uma pessoa com muita dificuldade em usar internet e aprender coisas novas, talvez uma editora seja a melhor escolha. 
Agora se você é intrépido, teste o independente ao menos uma vez, assim você aprenderá a se virar sozinho. Eu, por exemplo, que fiz e-book, físico e participei das bienais de São Paulo em 2016 e da de Pernambuco em 2017 como independente, ouso dizer que até estranhei quando assinei contrato com as editoras. 
Todos os processos de decisão não eram mais meus e eu só precisava opinar nos processos finais. Eu estava tão acostumada a ter que checar cada etapa da produção do livro, que ficava querendo espiar o processo editorial. Porque quando se é independente, cada mínimo detalhe está em suas mãos. Erros e acertos são em sua conta. 
O que é uma vantagem e uma desvantagem ao mesmo tempo, dependendo do ponto de vista.
Por quê?
Bom, eu tive sorte! Escolhi bem as editoras e meus livros estavam perfeitos na bienal de SP de 2018 (e depois dela). Outros, entretanto, não tiveram a mesma felicidade.
O que vou falar a partir de agora não é apenas sobre a bienal de 2018, mas um apanhado de casos que tenho visto de 2015 para cá.





Primeiro, cuidado com ofertas generosas demais. Tem um ditado popular que uso muito: “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Temos editoras que prometeram muita coisa e não levou o livro na bienal, teve autor que fundou editora e fez os próprios livros com a venda dos exemplares de outros autores e quase foi necessário fazer Boletim de Ocorrência para que os livros dos outros autores fossem enviados, tem editora que promete venda nacional e internacional, mas não ajuda em divulgação e nem prova que os internacionais foram realmente feitos. Tem autor que lucrou mais em um mês como independente do que em dois anos em editora, teve editora que era paga, cobrou do autor, vendeu para o leitor e fechou sem entregar nenhum livro. 
Ih! Tem tanta coisa!
Cuidados com as editoras que surgem de repente perto da Bienal. Algumas podem realmente ter boas intenções, outras... Nem tanto!
Eu, particularmente, fujo das que cobram valores absurdos (já vi alguns chegarem a 19 mil reais) para fazer o livro, mesmo que seja editora considera grande. O custo e o lucro do livro já retirado do bolso do autor. Eles não estão preocupados com a venda e distribuição. Já lucraram! O autor precisa se virar para recuperar o dinheiro investido através da venda das unidades que tem em casa. Pois, sim, alguns não pagam royalties pelas unidades vendidas pela editora. E quando pagam, é um valor irrisório.
Leiam o contrato! Vejam se realmente vale à pena assinar.
Ter o livro na Saraiva, Cultura, Americanas, entre outras, não é tão relevante quanto você pensa. Em especial neste tempo de crise em que vivemos hoje.
Quanto às editoras pequenas, antes eu condenava muito as que cobravam algum valor para publicar, hoje em dia compreendo melhor. Publicar um livro é um risco também para a editora, principalmente as pequenas. Se o livro depois de pronto não vende, há até o risco da editora vir a falir por não ter como arcar com todo o prejuízo. E é por isto que se deve ter um sinergismo na relação autor-editora. A verdade é que um autor que já tenha público e livros comerciais provavelmente conseguirá contratos melhores do que iniciantes. Uma vez que a garantia de lucro é maior.
Lembre-se! Aqui estou falando de comércio e não de sonho. Amor pelos livros não paga as contas!
O autor nacional tem que vender apesar do preconceito, da pirataria, da competição, das tretas, da ambição de algumas editora e da falta de não de alguns escritores. Temos mais coisas contra do que a favor. 
E por que eu continuo nesta carreira? Simples! Eu amo escrever. Parece contraditório, não é? Mas eu posso amar a minha profissão e ainda querer viver dela. Ninguém vai ao médico e pede para ele atender de graça porque ele ama ser médico! É a mesma coisa aqui. E para vender, vai ter que investir: capista, revisor, diagramador (e/ou editora), divulgador, brinde, envio... Tudo custa dinheiro e a maioria das editoras só vai cobrir uma parte disso. O resto, caro autor, é na sua conta. Ou você paga, ou aprende a fazer boa parte sozinho disso ou vai ter um caminho mais difícil a percorrer.
O que eu quero dizer com todo esse texto é que cada caso e cada editora precisa ser analisada com cuidado. Não assinem com a primeira proposta, a menos que sua primeira seja aquele sonho de consumo! Analisem suas opções e saibam que quem faz a sua carreira e você, não a editora. 
Nós temos um leque de opções de agentes literários, editoras pagas, editoras tradicionais, publicação independente. Descubra qual se encaixa melhor na sua realidade e seja feliz! E já que estou no ditado popular, aqui vai mais um: “nem tudo que brilha é ouro”.
Ah, e não esqueça de sempre apoiar a literatura nacional! Seja lendo, indicando e/ou avaliando. Que tal começar comigo? Tenho contos, romance e Fantasia. Livros únicos e séries. Físicos e digitais. Alguns +18, outros +16. Posso te garantir que não trabalho apenas na minha divulgação e tampouco sou mãe-coruja. Na minha escrita, procuro sempre dar o meu melhor. Afinal, marketing nenhum mantém um livro problemático longe de críticas.


Conheça mais sobre minhas obras:

Amazon

FÍSICOS:

OBSTINADA COLEÇÃO CEO SÉRIE JACK ROCK Elle3 REICH COLEÇÃO PARA SEMPRE


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8 comentários

  1. Falar de Aretha é falar da minha Diva Nacional.
    Humilde e solidária e a palavra certa.
    Seus livros são de uma escrita fácil que facilita o leitor a vivenciar a estória
    Fácil fácil você você se ver envolvido com o personagem seja Reich o meu vampiro gostoso ou a obstinada Diana Clark.

    Parabéns Aretha tenho aprendido muito com suas dicas.

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    1. Os livros da Aretha são ótimos mesmo né? E ela sem duvida é uma pessoa incrível!

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  2. Aretha vc é fera, parabéns pelos livros e pela pessoa maravilhosa q vc é...

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  3. Imagino como deve ser gratificante, depois de todo processo de criação e divulgação, ver as pessoas comprando, lendo e comentando sobre o livro!
    Sou uma leitora voraz e o prazer de ler algo realmente bom, que nos prende, não poder ser melhor.
    Tem obras que me deixam encantada, sem ar até terminar, e foi assim comigo ao ler cada livro e conto da Aretha!
    Sucesso, guria! Teu caminho é como tu: lindo e será sempre iluminado!

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  4. Apaixonada pelos livros dela. Cada um melhor que o outro. Indico todos. E ela é uma pessoa maravilhosa, como poucas. ❤

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    1. Ela é uma maravilhosa mesmo. Obrigada pela visita, seja sempre bem vinda!

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