Oi, gente, desculpa sumir, estava mais uma vez cheia de coisas para fazer ;)
a
Quando estava na sexta série
aprendi sobre números ímpares (1, 3, 5, 7) e pares (2, 4, 6, 8). Os achei
chatos e inúteis, quer dizer para que serve matemática?
Três anos mais tarde, quando
já estava no ensino médio, comecei a aprender física. Polaridades opostas se
atraem. Aprendi também química que envolvia cátions (positivos) e ânions
(negativos). Mais uma vez falei: “Quem entende isso?”
Você deve estar se
perguntando onde quero chegar com tantas informações. A resposta é simples,
quero chegar ao amor. Em algum momento no meio dessa avalanche de informações, eu descobri o amor. Sim, o estúpido cupido dos mitos greco-romanos que te
flecha e faz você se apaixonar por alguém com polaridades inversas e totalmente
negativo.
Quando este sentimento foi
despertado em meu coração adormecido, eu finalmente entendi a chatice de ímpares
e pares que a professora queria enfiar de qualquer jeito em minha cabeça.
Descobri que eu queria ser um número par e não ímpar. Se você pensar bem o
número ímpar ou fica sozinho ou forma algo não completo. Veja o 1, ele não tem
acompanhante e o 3 tem um sobrando. Eu queria ser par e queria que ele fosse
meu par. Ele, o garoto que entendia matemática muito mais do que eu e também
entendia polaridades inversas e essa coisa de lei da atração.
Imaginei que quem entendia
tantos números e leis entenderia o amor. Imaginei errado. Para ele, o amor era
só mais uma reação química do corpo com relação a hormônios, algo não muito
importante e que já fora estudado e ainda assim um pouco incompreendido.
Compreendi então a
melancolia dos poetas, a dor que desatina sem doer de Camões e o fingidor de Fernando
Pessoa. Eu fingia que não sentia a dor que deveras sentia e que desatinava sem
doer. Eu era um paradoxo de sentimentos, algo que não contextualizava com nada.
Comecei a me achar um verbo
sem conjugação. Eu era o amor. Amor não se conjuga. Você não pode falar: Eu
amor, tu amor, ele amor...
Passei tanto tempo sendo um
verbo sem conjugação que esqueci que além de verbo era um substantivo. Eu tinha
outra função, eu servia para outra coisa. Eu era o nome que era usado para
identificar um sentimento, um sentimento essencial para viver.
Para viver eu precisava
respirar e respirar consistia no ato de inspirar oxigênio e expirar gás
carbônico. O gás carbônico era a paixão e a paixão foi expelida por mim com
facilidade. A paixão foi o gás carbônico expelido com naturalidade de meus
pulmões.
Não estar apaixonada era
como estar na lua com gravidade zero. Gravidade zero era dar um pulo gigante no
meio do nada e uma hora o nada cansa e somos obrigados a voltar para o insosso
estado da paixão no qual o primeiro passo é a lei da atração. Estar apaixonada
é como estar estudando. Tem várias fases de aprendizado.
- Jariane Ribeiro
Parabéns pelo texto, amei sua escrita <3
ResponderEliminarO melhor de estar apaixonado é quando isso evolui pro amor, e uma vez amando, você nunca para. Eu acredito que a gente só ama uma vez na vida, temos que tomar cuidado com isso.
Beijos, Tabatha
http://aproveiteolivro.blogspot.com.br/
Os textos da Jariane são realmente ótimos!
EliminarObrigada pela visita e seja sempre bem vinda.
Que texto brilhante. É incrível quando amamos os problemas que enfrentamos ficam leves.
ResponderEliminarBig Beijos
Lulu on the Sky
Verdade Lulu, tudo parece ficar mais leve com o amor.
EliminarBeijos, seja sempre bem vinda.