Desamor

  
 Eu estava lá e você também, mas diferente de mim, você mantinha a fachada de que nada te abalava, e mexia sem parar no celular, ela também e eu, bem, eu fingia que falava com alguém, mas na verdade estava escrevendo no bloco de notas, tentando canalizar minha dor para os dedos e não para os olhos. Mas eu nunca fui muito boa em esconder o que sinto e você nunca foi bom em notar quando me magoa.
E acho que isso é o que mais me irrita, essa sua mania ridícula de fingir que se importa comigo, quando na realidade não está nem aí, só me mantém perto para satisfazer seu ego gigante e não consegue me manter longe porque sente pena. Você tenta falar palavras doces, mas elas são mais vazias do que um balão furado, você diz que eu não sei o quanto gosta de mim, mas não faz nada para provar e eu te amo te odiando, se é que isso é possível.
Eu gostaria de te odiar, de falar o quanto é egocêntrico, mas mesmo que faça coisas idiotas, eu continuo te amando, mesmo que me magoe e ignore, eu continuo lá, invisível, mas continuo.
Só que agora eu não falo mais com você e isso me fere mais do que deveria, mas eu tenho de superar, assim como tenho de superar o medo dos trovões e meus pequenos desastres, não se pode ter medo das tempestades quando você tem uma dentro de você.

                                                                                                                               - Jariane Ribeiro
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